O que me prende não são cercas.
Acerca disso, encarcero-me.
Grades, gaiolas e asas de cera
No interior quase deserto de mim.
Tento a teimosia
Da brota, do florescer
Para assim ser
Pouso de insetos melíferos.
Nos outonos finais
Invento quimeras
Sobre folhas mortas
Soltas ao vento da estação.
No distante, não obstante
Uma araucária solitária
No estio cumpri (no imperativo)
Sua regra sina.
Livre de qualquer amarra
Arraigada,
Sentenciada
Ao lugar da queda.
Eu que posso voar
Me prendo qual andrajos velhos
No arame farpado
No varal do tempo.
Sob calendários, agendas
Horários e itinerários
Ocultos nas entrelinhas
Das minhas utopias.
José Regi