A pureza da pipa colorida Pela ingenuidade empinada Buscando equilíbrio no vento... A crueldade do anzol que Aprisiona e encarcera, Limitando o nadar do peixe n’água... A inquietude do pássaro Cerceando o direito ao céu Voando baixo no entorno da armadilha... Os bichos assustados Com o barulho sem sol De um amanhecer chuvoso... Nada de novo, de novo, Nesta peça ensaiada Executada como rotineira imperfeição. Esta construção descomunal Em se tornar o colosso exemplar, Referencia de ninguém. Somos uma base sobre a areia... Na beira do mar tomba, arqueia, Desmorona como um castelo de nuvens. Às vezes temos asas Noutras vezes rastejamos. Mas nas vezes que voamos Desejamos o pouso. Onde pisas E deixa rastros Deixa um pouco do seu cheiro. Viajante, passageiro... Sendo flor de outro janeiro Que entrou em fevereiro por teimosia. És um jardim de folhas secas Embrionado renascer, Ainda por vir... E...
Porque a vida é fugaz,fiz-me palavras doces em cachoeiras,esparramando e umidecendo olhares,despertando sonhares,fazendo voar num súbito bater de asas e pouso de passarinhos.